Quando não usamos todo o nosso potencial, diminuímos o potencial de todos os demais.
(baseado no livro a Alma Imoral)
Fomos ensinados a obedecer.
Obedecer o professor, obedecer os mais velhos, obedecer às leis de trânsito e as normas da igreja.
Seguimos as normas impostas pela família, pela escola, pela empresa e pelo estado.
Obedecemos às imposições sociais para os relacionamentos, para o trabalho e para interações amorosas.
Mas e quando transgredir te aproxima mais do seu potencial do que a obediência?
Nem sempre a obediência é o melhor caminho.
Às vezes a transgressão é o que vai te levar aonde você quer e precisa chegar.
Mas como assim?
Existem inúmeras formas de transgredir, e muitas delas envolvem seguir algo diferente do que está em curso, do que está posto, ou seja, da obediência e da tradição.
Transgredir implica em romper, inovar, ouvir o coração, seguir a intuição, caminhar por uma trilha desconhecida, por um caminho que a princípio não era (bem) visto, encontrar “novos bons”.
Transgressão é mudança. Transgredir é romper.
Transgredir é um processo, e o momento em que nos voltamos para outra direção marca um novo segmento de nossas histórias individuais e coletivas. - Nilton Bonder
Não é fácil romper com a inércia. Sair da rotina, das regras, do previsto.
Não é fácil ter coragem de ouvir o coração.
Mas se não transgredimos, prejudicamos não só nós mesmos, mas todos aqueles que se relacionam conosco, a(s) comunidade(s) que pertencemos, as culturas que construímos.
Aquele que não faz uso de todo o potencial de sua vida, de alguma maneira diminui o potencial de todos os demais. - Nilton Bonder
A qualidade de vida coletiva, ou seja, a qualidade das nossas comunidades é prejudicada toda vez que uma pessoa deixa de usar todo o seu potencial.
Se você não exercita tudo o que é - ou tudo o que pode - você reduz o potencial do grupo. Você reduz as possibilidades disponíveis para todos.
Se você reduz suas possibilidades - e seu potencial - e se conforma, você espera do outro um sacrifício também.
Se você “não faz uso da transgressão”, você diminui o espaço para que o outro também o faça.
Por isso a importância de sustentarmos espaços onde seja possível o rompimento: onde a transgressão não seja confundida como egoísmo ou perversidade, mas que possa ser reconhecida como evolução, como mudança necessária, como potência.
Além da qualidade de vida, uma outra coisa fica comprometida pela ausência de transgressão: a possibilidade de continuidade.
A possibilidade de continuar existindo é prejudicada quando um grupo não exerce todo seu potencial transgressivo.
Se um grupo não muda, não evolui, ele não consegue continuar.
Até mesmo as religiões mais antigas, precisam se adaptar para continuar existindo.
Por isso, a obediência nem sempre é sinal de continuidade, de sobrevivência.
A transgressão, a adaptação, a mudança, garante mais longevidade aos organismos, sistemas, grupos e sociedades do que a rigidez e a repetição.
É possível transgredir, sem perder a essência.
Inclusive, a transgressão pode ser uma forma de te aproximar ainda mais de sua essência.
Quando ouvimos esse chamado para ser algo diferente do que está sendo proposto, alcançamos melhor adaptação ao mundo.
Talvez esse seja mesmo o “chamado”: transgredir para conseguir ser cada vez mais quem nós somos em nossas relações e no mundo.
O verdadeiro grande crime do ser humano é que ele pode dar-se uma “simples volta” a qualquer momento, mas não o faz. - Nilton Bonder
O momento de agora é uma oportunidade não aproveitada para mudar o curso.
E você? Quais oportunidades de transgressão você está deixando passar? Qual chamado para transgredir você está ignorando?
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