Se conectar com outra pessoa é, em alguma medida, algo mágico.
Quando você está em uma conversa e comunica para outra pessoa o que está se passando dentro de você - angústias, alegrias, dúvidas, etc - e ela realmente se conecta ao que está sendo comunicado, experimentamos quase como uma sensação de comunhão espiritual.
E essa mágica acontece tanto em “pequenos momentos” quanto em “grandes momentos”. Podemos nos conectar com o outro num momento de grande vulnerabilidade ou em numa simples risada compartilhada na mesa de bar.
O problema é que as nossas dinâmicas relacionais nos levam mais a desconexão do que a conexão.
Seja em nossas relações pessoais ou profissionais, carregamos vícios como: dificuldade de sermos quem somos; baixa tolerância ao erro; falta de escuta e de presença em nossas conversas; dificuldade de acolher pensamentos divergentes (especialmente sem debater).
E nesse contexto acabamos mais impulsionados a sustentar a independência do que a interdependência; tendenciosos a desconexão do que à conexão.
Mas existe um elemento que é comum a todos os momentos de conexão: o interesse.
Quando demonstramos interesse no que o outro fala, de maneira sincera e genuína, conseguimos estabelecer uma conexão.
Mas cuidado!: demonstrar interesse é muito diferente de escutar só o que te interessa.
Demonstrar interesse X Escutar o que te interessa
Quando escutamos só o que nos interessa descartamos todo o resto que julgamos desnecessário, inútil, inválido e com isso não conseguimos nos conectar realmente com a pessoa.
O interesse que leva a conexão só consegue ganhar espaço se nos abrimos para escutar com atenção a(s) outra(s) pessoa(s).
Esse tipo de escuta, tem suas origens teóricas em 1950, e remete aos psicólogos Carl Rogers e Richard E. Farson, mas foi apenas em 1970 que o termo escuta ativa, foi cunhado pelo psicólogo clínico Thomas Gordon, que foi um pioneiro no ensino de técnicas de comunicação e métodos de resolução de conflitos. O trabalho de Gordon era voltado para ensinar pais, professores, líderes, vendedores, mulheres e outros públicos a melhorar suas relações e se comunicar de forma mais clara e efetiva.
A primeira vez que fez uso da expressão foi em seu artigo Parent Effectiveness Training (P.E.T.), publicado na American Psychological Association, como uma técnica utilizada por familiares para ouvir as necessidades de seus filhos e educar melhor as crianças.
E desde essa época, o psicólogo já pregava o entendimento de que a escuta do outro é um dos pilares dos relacionamentos saudáveis.
A atenção é a forma mais rara e pura de generosidade - Simone Weil Existem maneiras intencionais de demonstrar interesse e de cultivar uma escuta ativa:
TRAGA SUA ATENÇÃO PARA O PRESENTE
SUSPENDA O JULGAMENTO
FAÇA A CHECAGEM DO SEU ENTENDIMENTO
OFEREÇA PERGUNTAS CURIOSAS
NÃO INTERROMPA
Escutar ativamente o outro é algo que nos permite estabelecer conexões reais e construir relações de confiança.
Por isso, organizações e comunidades nas quais as pessoas se escutam e que, portanto, estão mais conectadas, colhem inúmeros benefícios:
Aumento da colaboração: quando as pessoas se escutam, a comunicação melhora, e a capacidade de trabalhar em equipe e resolver desafios juntos aumenta.
Aumento do engajamento: quanto mais você se sente conectado e percebe que as pessoas tem interesse em ouvir o que você tem a ofertar, mais valorizado você se sente e, consequentemente, maior o seu nível de engajamento.
Melhora nas relações interpessoais: locais onde as pessoas são ouvidas e se sentem vistas pelos demais, tendem a cultivar relações mais saudáveis.
Redução de conflitos: conflitos são inevitáveis e fazem parte da evolução de um grupo, mas os motivos e a maneira como são endereçados mudam substancialmente com uma escuta atenta.
Através do Design de Conexões, pesquisamos e experimentamos uma série de ações concretas que, quando implementadas, têm o potencial de transformar as relações e aumentar nossos níveis de interesse, escuta e conexão.
E sistematizamos diversos artefatos delas no INVENTÁRIO AMUTA .
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